terça-feira, 14 de agosto de 2012

ESPECIAL MÍDIAS SOCIAIS

      
 #01 CULTURA DO REMIX

         Ah o mundo digital! Um palco de transformações. 
        Abrindo nosso Especial de Mídias Sociais para a investigação do Lado B da Galáxia Digital, é conveniente e requisito necessário entender de que se trata o frenesi do ambiente digital. Sabe-se que o mercado publicitário tem dedicado cifras expressivas aos anúncios na internet, empresas e anunciantes tem dedicado mais de seu investimento publicitário para com o ciberespaço. Ciberespaço? Ponto de partida ideal.

      Pierre Lévy, professor da Universidade de Paris VIII e estudioso de mídia, em seu livro Cibercultura lança as bases para a definição e um estudo, digamos, mais acalorado sobre o todo digital. Para ele, o ciberespaço é um espaço aberto de intercomunicação mundial feito de computadores e memória de computadores. O fenômeno da internet é bem mais complexo do que se mostra. Mais do que emaranhados de dados processados e alta velocidade de informações, temos relações humanas. Uma rede gigantesca de memória, de interação e comunicação entre pessoas de todas as partes.
        Até aqui, o ciberespaço se torna revelador. É mais humano do que parece. Tem calor, tem efervescência. Adiante, pois.
        Bem, no ciberespaço nada se cria, tudo se... copia. A cópia da cópia da cópia é o tema de hoje.




Quando o original é a cópia

      É comum aos internautas quando entram em contato com o conteúdo disponível na web que, um mesmo assunto, é duplicado, é reaproveitado, é reinserido, compartilhado e fragmentado em multi-edições e colagens. É o momento em que a cópia tem um caráter profundamente original. Bem-vindo à cultura do remix. O termo remix surge na década de 70 com a difusão dos DJs que protagonizavam um agrupamento de músicas num ritmo dançante. A dança cibernética é outra. Como um DJ, todo ser humano edita sua própria realidade a partir de impressões pessoais, conceitos, emoções, princípios e valores que são, voltando à metáfora, as canções que ele quer que o resto do mundo ouça*. Com o salto da world wide web e da tecnologia em bungee jumping sobre o cotidiano, as pessoas começam a remixar sua realidade mais conscientementemente e de maneira mais determinante, desde a internet, no controle remoto e em nossos hábitos de consumo*.
A realidade digital é especialmente remixada. É fonte de colagens e edições sempre inéditas num mural cotidiano. A internet e, as mídias sociais, carregam esse movimento de fusão e edição. O que se diz e efetiva em determinado tempo e lugar é altamente recarregado e compartilhado num além-mar de dados.

Old Spice: admirável mash-up

     A teoria faz a prática? Sim. A cultura remix é caracterizada pela originalidade da replicação. A cópia torna-se elo de interação no ciberespaço, que ao invés de se desoriginalizar torna-se o ouro do diálogo 2.0. A Linha de produtos cosméticos masculinos Old Spice despontou nos últimos 2 anos com campanhas virais originais, divertidas, livres e abertas. De veiculação online, os vídeos atingiram uma repercussão bastante representativa e mais, atraiu a si um tom social, algo que poucas campanhas conseguem realizar junto ao target. Os vídeos Old Spice se tornaram peças publicitárias personalizáveis. Uma infinidade de internautas replicaram o estilo particular dos anúncios da linha masculina. A mais valia da cultura remix na comunicação publicitária é o trabalho de memória. As campanhas ganham vida e liberdade no imaginário do consumidor.







 *Texto extraído do artigo de Alexandre Matias em http://www.esalq.usp.br/biblioteca/PDF/Para_entender_a_Internet.pdf/ . Acessado em 15 de agosto de 2012.

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